Quase sempre me falta o tempo para escrever menos. Digo, reter o necessário da invasão babélica que sucede cada vez que se abrem as comportas da semântica, brava e enraivecida galgando as margens.
As gentes de hoje não se agradam do excesso. Urge por isso despir a palavra num isolamento desadjectivado, recuperar-lhe a nudez asséptica e minimal.
Custa-me no entanto apurar o vocábulo dessa forma, limar assim os rochedos que se vão formando atrás da língua.
Falta-me o tempo para escrever menos, mais certo, arrumado, contido. Porventura encontrar o que (me? nos?) é suficiente.
Falta-me o tempo, e por vezes a coragem.
Porque para isto é preciso ter coragem, é necessário ter mão rija para se conseguir viver no susto constante das palavras a saírem-nos de debaixo dos pés e a encadearem-se à nossa frente, tenebrosas e fluidas.
As gentes de hoje não se agradam do excesso. Urge por isso despir a palavra num isolamento desadjectivado, recuperar-lhe a nudez asséptica e minimal.
Custa-me no entanto apurar o vocábulo dessa forma, limar assim os rochedos que se vão formando atrás da língua.
Falta-me o tempo para escrever menos, mais certo, arrumado, contido. Porventura encontrar o que (me? nos?) é suficiente.
Falta-me o tempo, e por vezes a coragem.
Porque para isto é preciso ter coragem, é necessário ter mão rija para se conseguir viver no susto constante das palavras a saírem-nos de debaixo dos pés e a encadearem-se à nossa frente, tenebrosas e fluidas.
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