Procuro hoje a redenção no espelho
lembrando
como se cauterizam certas feridas
não pela ordem de sangue e pele
mas pela força da matriz dorsal
infiltrada na alvenaria epidérmica
escrevo os olhos a lápis vermelho
carregado firme para afogar lágrimas
e trinco de voz a maçã preta
preta espada que espanta o sono
ácida e sã como a luz das tempestades
talvez um dia eu soubesse ser
toda a elegância do matrimónio
(tão privada e marsupial)
mas chama-me o canto das aves frias
num bosque insano sem flores azuis
não me picam mais agulhas:
este há-de ser o meu reino fértil
por onde deslizo inteira contra o vento
dançando a valsa do nevoeiro
– louca – torta – fricativa.
lembrando
como se cauterizam certas feridas
não pela ordem de sangue e pele
mas pela força da matriz dorsal
infiltrada na alvenaria epidérmica
escrevo os olhos a lápis vermelho
carregado firme para afogar lágrimas
e trinco de voz a maçã preta
preta espada que espanta o sono
ácida e sã como a luz das tempestades
talvez um dia eu soubesse ser
toda a elegância do matrimónio
(tão privada e marsupial)
mas chama-me o canto das aves frias
num bosque insano sem flores azuis
não me picam mais agulhas:
este há-de ser o meu reino fértil
por onde deslizo inteira contra o vento
dançando a valsa do nevoeiro
– louca – torta – fricativa.
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