Se todo o ser ao vento abandonamos
Se morremos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, é porque estamos
Nus, em sangue, embalando a própria dor
Em frente às madrugadas do amor.
Quando a manhã brilhar refloriremos
E a alma beberá esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos.
Sophia de Mello Breyner Andresen, "Se todo o ser", Obra Poética I (Editorial Caminho, 1998) 59.
Sem comentários:
Enviar um comentário