Nas horas de Novembro permanece
o arrastamento dos dias iguais
dobrados em manhãs tardias
entre as rugas da chuva ascendente.

Mudemo-nos para o alto das Arcádias
há muito enfurecidas pela descrença
e tracemos nas ovelhas e nos prados
a longitude de uma idade incandescente.

O que sabe o pastor poeta
esquecemo-lo nós
sem que algum dia o soubéssemos aprender

e agora, de Novembro até Janeiro,
ardemos sós na ponta da espada
forjada pelo terror das marés em transumância.


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