O meu sonho era escrever pela tarde fora, livre de peias, com a prontidão
de um xisto lavado. Foi depois de uma doença, ligeira mas perturbadora,
de que voltara ao mundo com uma nova violência
nas ideias. Antes de mais, a decisão de escrever,
de estar a escrever, e a noção de que era necessário
o ser-se separado da escrita. De que era preferível estar só; não apenas
longe das pessoas, mas habitar o ser-só,
explorá-lo pelo lado de dentro, por mais repetitivo ou baço,
com a seriedade e a dedicação de uma criança cujo mundo
se abre todo de dentro de um caixote velho de frigorífico.

Martin Earl, “Obscurity” (Trad. MIR)

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