é pois vício ou loucura inclinar a cabeça de mão dada com a insónia durante a caça ao indizível
(esfomeada, cão e seta)
o rasgão na manga da camisola roxa faz-se ponte para a viagem dos inquietos
em uníssono, batemos à porta da lua cheia:
por um momento esquecemos o frio agudo no cabelo da madrugada
São estas andorinhas à pressa uma primavera de frio gentil: não entendo a longitude do teu ser por ser freático e matinal; acolho-te no desconhecido vale entalado entre as mãos — de frente como a um espelho — e afogo-me na promessa das cerejeiras por arder.
“Uma borboleta sai da sua pupa, chegando ao estado de adulta. Espera-se uma vida efémera, com apenas alguns meses de duração.”*
Dormimos um sono de concha fechada esquecida de pérolas e línguas frescas. Se o horizonte do possível está ferido pelo se repete e mais entope (de)formemo-nos pois no voo difuso das borboletas abertas, na fímbria das praias.