Das casas

novas que são ruínas
de boca aberta às tempestades
arrepiadas pelo vidro quebrando
as janelas sem osso na mão
(ninho pródigo de odisseias e
de) casas
velhas paredes que são braços
alicerces
afundados na cintura
quadros
pendurados atrás da íris
— sento-me no joelho
à lareira do cabelo
desfiando
o novelo das palavras
numa manta de retalhos
envidraçada nas sílabas do telhado.

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