lava as mãos de manhã cedo. Cataratas escancaradas inundam-lhe os pés, as mãos e a cintura. Reza em concha, faz-se balde e entorna a água sobre os olhos. Aliviada, segura por instantes a humidade do sentir.
A chinesa dos olhos secos esqueceu-se de chorar. Na China chora, aqui só cora.
Fecha-se em casa, molha-se ao espelho, e eu, do alto da minha arrogância aquática (freáticos, os nervos e os tendões, à escuta sob a pele), estendo-lhe um olhar atravessado em ponte e esqueço, os dias em que fui, as horas em que sou, uma chinesa de olhos secos a fingir lágrimas ao espelho.
A chinesa dos olhos secos esqueceu-se de chorar. Na China chora, aqui só cora.
Fecha-se em casa, molha-se ao espelho, e eu, do alto da minha arrogância aquática (freáticos, os nervos e os tendões, à escuta sob a pele), estendo-lhe um olhar atravessado em ponte e esqueço, os dias em que fui, as horas em que sou, uma chinesa de olhos secos a fingir lágrimas ao espelho.
Foto: Flickr
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